22/06 sábado
De manhã, a padaria avistada no dia anterior estava fechada,
como quase tudo. Descemos à cidade e lá compramos uns pãezinhos recheados na
rua, junto como tradicional suco de laranja espremido na hora. Tudo gostoso.
Depois iniciamos nosso roteiro do dia, cristão, começando pelo ponto alto: a
Igreja do Santo Sepulcro, que congrega, no mesmo prédio, diversas denominações
religiosas, como católicos, ortodoxos russos, armênios, gregos, coptas
(egípcios), etíopes... Cada uma é responsável por uma área do templo. É bem
interessante. Depois, fizemos a Via Sacra ao contrário, parando nas igrejas de Sta.
Verônica (a do santo sudário), Sta. Ana (e suas cisternas), e da Flagelação e
Condenação. Passamos também por um grande cemitério muçulmano, às margens da
muralha. Com o sol altíssimo, preferimos retornar ao que chamamos de
"nosso hotel", quarto 211, numa hospedaria vienense no meio do bairro
cristão, onde almocei o tradicional schnitzel. O terraço era aberto e tinha uma
vista bem legal dos telhados monocromáticos, contrastados com o grande domo
dourado, Dome of the Rock.
Animados e refrescados, continuamos, saindo pelo portão Dung
Gate, rumo ao solar Monte das Oliveiras. Lá, escaldantemente fomos circundando
e visitando as Igrejas de Todas as Nações, Dominus Flevit, Pai Nosso e, no
alto, a Capela da Ascensão. A de Maria Madalena, russa, estava fechada.
Compramos uma água cara lá no hotel Seven Arches, às moscas... Na base, na
volta, a tumba de Maria. Chegamos em casa esgotados, mas abençoados. À noite,
jantamos num rest que se "dividia" em dois, de forma muito própria de
Jerusa: um servia derivados do leite e outro, carnes - nunca misturados, devido
à regra de alimentação, linha kosher. Também bem gostoso!
23/06 domingo
O dia começou, agora sim, na padaria. A seguir, roteiro
judeu: Cardo, bazares, sinagogas, praças etc. Enfim, Muro das Lamentações.
Mulheres e homens separados, toda a dedicação de nomes e toda a oração devida.
Certos desencontros nos fizeram entrar inadvertidamente no Monte do Templo, de
onde fui orientado a me retirar por estar de bermuda. Uma parada, compras de
Moroccan Oil (que é de Israel, vai entender) e depois, dado o alto sol, um
descanso em casa, dormindo assistindo a Sessão da Tarde local (Martha Stewart,
again, e Dr. Phil's Real Housewives). No fim do dia, rodeamos todo o bairro
armênio, escolhido como o lugar onde vou alugar meu apto quando aposentar,
depois, bairro cristão e uma parada do lado de fora da muralha, perto do Portão
de Damasco, assistindo o trânsito e a sempre-pressa da ortodoxia judaica,
aparentemente sempre em atraso! Depois, muros + superlua. Perto de casa,
paramos num bar com música ao vivo, cheio, onde, diferentemente do que ocorrera
em Praga, não conseguimos acompanhar as canções, exceto pelos Oasis e Britneys
ocasionais. Tomamos drinks, incluindo a rodada de arak, uma aguardente de anis.
Altinho...
24/06 segunda
Depois do café em novo estabelecimento, visita ao Monte do
Templo, um pátio imenso, murado e vigiado, onde a comunidade palestina guarda o terceiro local mais sagrado para os
muçulmanos, depois de Meca e Medina na Arábia Saudita. Parece até uma espécie
de paraíso mesmo, cheio de crianças correndo e brincando, sombras, pessoas
sentadas etc - um contraste com o Muro, que é de onde a gente sai pra chegar
aqui. Desta vez todos estavam preparados na indumentária. Deu até pra pegar uma
gincana entre alunos da escola. Mas não é possível aos não-muçulmanos visitar o
interior das mesquitas (são duas) nem mesmo do museu. Parecem lindos pela
vidraça. De lá, fomos a Silwan, onde está a Cidade de Davi, um grande complexo
arqueológico, em que além de ver ruínas, atravessamos um túnel estreito de 500
m de extensão, com águas nos joelhos, e completamente sem luz, pelas nascentes
protegidas da velha cidade. Até aí, aventura. O problema são as companhias - as
crianças foram até calmas, mas as adolescentes estridentes e seu professor
irritante cantam a plenos pulmões no mais agudo dos agudos. Ecoa até a alma.
Mas o passeio é super interessante ainda assim. De lá, deixei as meninas e subi
pra casa pra tentar resolver umas pendências no trab, via Skype, que acabou não
sendo necessário. No reencontro, no fim da tarde, perambulamos pelos suqs e
lanchamos lá mesmo. À noite dei uma volta pelo bairro mais a oeste, incluindo
os bares do The Market.
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